15 fevereiro 2011

A família e o avanço tecnológico

Com a chegada da tecnologia muitas facilidades foram introduzidas no seio da família, como por exemplo, o microondas, o celular, a internet... Enfim uma série de coisas das quais as pessoas não consegue viver sem elas hoje. O avanço proporcionou muitos benefícios, mas não podemos negar que também houve perdas. O ser humano está cada dia mais solitário, os filhos são abandonados em seus computadores nos seus quartos, falamos com as pessoas pelo MSN, sem saber realmente o que elas estão sentindo, não olhamos nos seus olhos, não existe contato físico, uma necessidade que o ser humano sempre teve. Tudo se resolve por e-mail, ou torpedos. Vivemos numa sociedade em que tudo tem que ser rápido, inclusive a infância. Quando a menina completa 8,10 anos ela não quer mais bonecas, isso é coisa de criança, escolhe maquiagens ou lingerie, o menino quer perfume de homem, ou uma roupa igual a do pai. E nós pais contribuímos para isso, basta ver as brincadeiras que os adultos fazem com as crianças, é seu namoradinho (a)!Estamos acompanhando as exigências que estão sendo impostas, porque quem não se adaptar fica para trás. Mas também estamos construindo famílias com menos estrutura emocional, filhos ansiosos, depressivos, esposas e maridos distantes.

11 dezembro 2010

"Porque os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor"



Recomendo a leitura desse livro aos casais, namorados e aqueles que estão pretendendo se casar. É um livro que trata, não apenas das diferenças sexuais, mas de diferenças que no dia a dia leva os casais a entrarem em conflitos. É um livro baseado em pesquisas. Com certeza você vai entender mais seu parceiro à partir dessa leitura. Portanto leia.

23 setembro 2010

Família em primeiro lugar


Há vinte anos presenciei uma cena que modificou radicalmente minha vida. Foi num almoço com um empresário respeitado e bem mais velho que eu. Ele era um dos poucos engajados no social, embora fosse pessoalmente um workaholic.O encontro foi na própria empresa, ele não tinha tempo para almoçar com a família em casa nem com os amigos num restaurante. Os amigos tinham de ir até ele. Seus olhos estavam estranhos, achei até que vi uma lágrima no olho esquerdo. Bobagem minha pensei, homens não choram, especialmente na frente de outros. Mas durante a sobremesa ele começou a chorar copiosamente. Fiquei imaginando o que eu poderia ter dito de errado. Supus que ele tivesse lembrado dos impostos pagos no dia, impostos que ele sabia que nunca seriam usados para o social.

"Minha filha vai se casar amanhã", disse sem jeito, "e só agora a ficha caiu. Eu fui um tremendo de um workaholic e agora percebo que mal a conheci. Conheço tudo sobre meu negócio, mal conheço minha própria filha. Dediquei todo o tempo a minha empresa e me esqueci de me dedicar à família."

Voltei para casa arrasado. Por meses eu me lembrava dessa cena patética e sonhava com ela. Prometi a mim mesmo e a minha esposa que nunca aceitaria seguir uma carreira assim.

Colocar a família em primeiro lugar não é uma proposição ética tão óbvia, trivial, nem tão aceita por aí. Basta entrar na internet e você encontrará milhares de artigos que lhe dirão para colocar em primeiro lugar os outros - a sociedade, os amigos, o dever, o trabalho, o cliente, raramente a família.

Normalmente, a grande discussão é como conciliar o conflito entre trabalho e família, e a saída salomônica é afirmar que dá para fazer ambos. Será?

O cinema americano vive mostrando o clichê do executivo atarefado que não consegue chegar a tempo à peça de teatro da filha ou ao campeonato mirim de seu filho. Ele se atrasou justamente porque tentou "conciliar" trabalho e família. Só que surgiu um imprevisto de última hora, e a cena termina com o pai contando uma mentira ou dando uma desculpa esfarrapada.

Se tivesse colocado a família em primeiro lugar, esse executivo teria chegado a tempo, teria levado pessoalmente a criança ao evento, teria dado a ela o suporte psicológico necessário nos momentos de angústia que antecedem um teatro ou um jogo.

A questão é justamente essa. Se você, como eu e a grande maioria das pessoas, tem de "conciliar" família com amigos, trabalho, carreira ou política, é imprescindível determinar, muito antes das inevitáveis crises, quem você prioriza e coloca em primeiro lugar. Você não terá de tomar difíceis decisões de lealdade na última hora, pois a opção já terá sido previamente discutida e emocionalmente internalizada.

Na época pensava deixar de ser professor da USP, apesar do ambiente tranqüilo e dos três meses de férias que a carreira proporcionava. Mas aquele almoço me fez ficar, para desespero de meus alunos.

Colocar a família em primeiro lugar tem um custo com o qual nem todos podem arcar. Implica menos dinheiro, fama e projeção social. Muitos de seus amigos poderão ficar ricos, mais famosos que você e um dia olhá-lo com desdém. Nessas horas, o consolo é lembrar um velho ditado que define bem por que priorizar a família vale a pena: "Nenhum sucesso na vida compensa um fracasso no lar".

Qual o verdadeiro "sucesso" de ter um filho drogado por falta de atenção, carinho e tempo para ouvi-lo no dia a dia? De que adianta fazer uma fortuna para ter de dividi-la pela metade num ruinoso divórcio e pagar pensão à ex-esposa para o resto da vida? De que adianta ser um executivo bem-sucedido e depois chorar na sobremesa porque não conheceu sequer a própria filha?

Os leitores que ficaram indignados porque não tiro férias podem ficar tranqüilos. Eu só não tiro férias aqui da Veja, como a maioria dos colunistas.

Stephen Kanitz é administrador (
www.kanitz.com.br) Artigo Publicado na Revista Veja, edição 1739, ano 35, nº 7, 20 de fevereiro de 2002, página 26.